quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Lembranças de uma tempestade que nunca aconteceu

É engraçado como as coisas mudam.
Um dia você está contente. No dia seguinte não está mais.
Em um dia está rindo com amigos. No outro está rindo sozinho.
Em um dia muitas coisas mudam.
Em um ano as coisas mudam mais ainda.
E quanto mais anos se passam mais coisas mudam.
Até que você quase não reconhece mais a sua vida.
Ou aqueles a quem amava.
Ou até você mesmo.
As coisas mudam depressa.
A única coisa que não muda é o desejo de poder congelar o tempo.
Aquele breve espaço de felicidade absoluta em que vivemos em alguns momentos.
Mas eles sempre se vão.


A única coisa que não muda são as lembranças.
O riso preso na memória, aquela tarde em que nossos olhos pareciam brilhar juntos em uma paz harmônica que parecia que duraria para sempre.
Aquela risada congelada eternamente em meu coração.
O tempo não volta e a cada dia que passa ele leva um pouco do que fomos.
O que somos, senão aqueles instantes que cismam em voltar a nos assombrar no escuro, naqueles momentos que antecedem o adormecer?
O que somos, senão um gosto de algo que não provamos há muito tempo?
Um cheiro que parece vir de lugar nenhum que às vezes vem nos assombrar, exigindo ser reconhecido.
O que somos, senão uma sombra do que fomos?
O que éramos?
O que seremos você e eu?
Sim, você e eu.
Não mais nós. Não mais.





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